Tombados, equipamentos históricos passarão por reforma para servir a cultura andreense
Mais dois símbolos da cultura de Santo André serão revitalizados. Nesta segunda-feira (17), foram assinadas as ordens de serviço para as reformas do Museu Dr. Octaviano Armando Gaiarsa e da Casa da Palavra Mário Quintana, ambas instalações que ficam na região central da cidade.
“Começamos a semana com mais dois símbolos da cidade que serão resgatados. Desde o início da gestão trabalhamos com essa ligação afetiva e histórica que o andreense tem com a preservação dos patrimônios do município. E tem muito a ver com o que a gente vem falando na comemoração dos 470 anos, de poder falar do futuro. Porque para traçarmos o futuro precisamos conhecer e respeitar o passado”, afirmou o prefeito Paulo Serra.
Em ambas as estruturas serão realizadas reformas gerais (pisos, cobertura, hidráulica, elétrica, pintura), implementação de acessibilidade, entre outros, com valor total de aproximadamente R$ 3,1 milhões. A Casa da Palavra ficará pronta no segundo semestre. O museu, por sua vez, será devolvido à população até o próximo aniversário da cidade, em abril de 2024.
“Os problemas (nos equipamentos) a gente conhece já há um certo tempo e em outras oportunidades não foi possível viabilizar estrutura e recursos necessários para fazer as obras. Mas hoje nós ficamos fica muito contentes que deu tudo certo e agora, com esses dois, vamos efetivamente revitalizar todos os equipamentos culturais da cidade”, disse o secretário de Infraestrutura e Serviços Urbanos, Vitor Mazzeti.
Até o fim deste ano também será entregue a modernização do Teatro Municipal. Desta maneira, com as revitalizações já realizadas no Cine Theatro de Variedades Carlos Gomes e no Teatro Conchita de Moraes, os cinco principais equipamentos culturais andreenses estarão devolvidos ao público reformados.
Tanto o Museu quanto a Casa da Palavra são equipamentos tombados pelo Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Santo André) desde 1992. Consequentemente, a reforma de ambos necessita seguir série de regras.
“A gente não pode alterar nada que esteja tombado. Então, em um processo de reforma, existe orientação do pessoal de tombamento que nos norteia do que fazer e de que forma. Não posso chegar e colocar um ladrilho qualquer, uma telha qualquer”, explicou o diretor de Obras, Felix Beserra.
Programação – O prefeito Paulo Serra indicou durante a coletiva de imprensa que, após finalizada a reforma em ambos os espaços, os equipamentos deverão receber mais eventos e ser melhor aproveitados. Além disso, a secretária adjunta de Cultura, Azê Diniz, explicou que independentemente do fechamento provisório destes equipamentos para a revitalização, não haverá impacto na agenda cultural.
“As atividades da Casa da Palavra já estão sendo descentralizadas dentro de um projeto chamado Entrando no Compasso. Shows, atividades e saraus serão espalhados pela cidade toda em outros equipamentos. Em relação às atividades do Museu, a gente conta com exposições de rua e encontros temáticos que já aconteceram até no (Cine Theatro de Variedades) Carlos Gomes. Então, na medida do possível, pensamos em dar continuidade para que atividades e projetos desses equipamentos sejam conhecidos e reconhecidos na cidade toda”, disse a secretária adjunta de Cultura.
Histórico – Inaugurada em 1914, a edificação onde atualmente fica o Museu Dr. Octaviano Armando Gaiarsa inicialmente abrigava o grupo escolar da região do Grande ABC – faz parte de um conjunto de edificações escolares construídas pelo Governo do Estado de São Paulo na Primeira República (1889-1930). O projeto é de José Van Humbeck com a fachada de J.B Maroni.
Na década de 1970, entretanto, mais exatamente em 1978, os alunos foram transferidos para outro prédio. A partir de 1990, foi instalado o museu, que possui em seu acervo cerca de 70 mil itens relativos à memória de Santo André, apresentados em exposições e diversas outras atividades de difusão que retratam as transformações delineadas na cidade no decorrer do tempo, em seu aspecto urbano, social, econômico, político ou cultural.
A Casa da Palavra Mário Quintana, por sua vez, foi criada em 1992, e serve como palco para exposições e outras manifestações culturais. Foi construída nos anos 1920, quando serviu como residência para uma tradicional família andreense: Antonio Queirós dos Santos e sua esposa, Dona Paulina Isabel de Queirós.
Na década de 1930, porém, o imóvel foi alugado pela Prefeitura, que depois adquiriu o mesmo e destinou o espaço para diversos fins, como escola e pronto-socorro, servindo inclusive para abrigar o gabinete do prefeito, mantido no local até a inauguração do Centro Cívico (Praça IV Centenário), em 1968.
Texto: Dérek Bittencourt / Fotos: Eduardo Merlino e Helber Aggio