A peça tem sessão hoje, às 21 , no Teatro Lauro Gomes. Rua Helena Jacquey, 171 – Rudge Ramos, São Bernardo do Campo. Classificação Livre
O texto de A Golondrina foi escrito pelo consagrado dramaturgo espanhol Guillem Clua e é encenada Tania Bondezan, que divide o palco com Luciano Andrey. Tania, que também assina a tradução, ganhou o Prêmio Shell de melhor atriz com essa personagem. A produção é do ator Odilon Wagner e Ronaldo Diaféria, com direção de Gabriel Fontes Paiva.
A peça já foi encenada e premiada em diversos lugares do mundo como Londres, Espanha, Paris, Grécia e Peru., o espetáculo recebeu o Prêmio MAX 2019, Off West End London Theater Award 2017, Queer Theater 2018 (Atenas, Grécia). Na Espanha e em Paris teve a atuação premiada pela consagrada atriz Carmen Maura.
Abaixo, veja depoimento de Ariani Sudatti, pós-doutora em Teoria Literária pela Unicamp. Ontem ela esteve na sessão e a pedido do Estilo Angélica, faz uma análise da peça.
“A peça trata do enfrentamento do luto de uma mãe e de um rapaz (ambos precisam elaborar suas perdas) através de um processo dialógico do qual somos profundamente envolvidos, como se estivéssemos no lugar da escuta psicanalítica. O rapaz é seu aluno numa aula de canto na qual precisa aprender a cantar e interpretar A Golondrina. Porém, a professora, que é bastante austera, e vive isolada do mundo, tem nesse encontro a oportunidade de elaboração do luto, juntamente com o enfrentamento da homossexualidade do filho, morto em um atentado. No desenrolar dessa aula de canto, os traumas, emoções e revelações das personagens vem à tona, numa enxurrada de emoções e descobertas. As interpretações são magistrais e a peça aborda temas como o conservadorismo moral, ainda tão atuante em nossa sociedade, o negacionismo, o preconceito, a necessidade de diálogo e de desconstrução de estereótipos, e sobretudo, é uma peça que fala da dor da perda e do amor, em suas múltiplas manifestações. O envolvimento do público é total, pois o testemunho da mãe, de um lado, e de seu aluno, de outro, provocam uma verdadeira catarse pela força e autenticidade que os artistas transmitem em excelente desempenho no palco!”
É uma história semelhante a de milhares de famílias que conhecemos, que encontram enorme dificuldade em lidar com as diferentes visões de mundo dentro de seus próprios lares e discutem essas relações frente à diversidade, aceitação e ao compromisso com o amor. A produção é de Odilon Wagner e Ronaldo Diaféria e a direção de Gabriel Fontes Paiva.
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